3.12.11

Anders Behring Breivik- Uma pequena nota!

Anders Behring Breivik, esse homem foi responsável pelo massacre na noruega, em 22 de Julho de 2011, ele escreveu um manifesto com mais de mil páginas pregando o ódio racial e o anti comunismo e foi condenado a uma pena psiquiátrica, ou seja, o cara com um puta consciência política e ideológica do que fez foi tratado apenas como louco e o pior nenhum veículo de mídia está divulgando isso! passou uma notícia bem curta no Jornal Nacional que eu lembre e só, quando pesquiso na internet saiu apenas uma notícia, bem mal feita inclusive, se alguém tem mais informações obre isso divulguem é importante! Um crime como esse não pode ser tratado simplesmente como um distúrbio mental.

28.11.11

O Desprezo (Le Mépris)- Jean-Luc Godard- 1963.





Falar de Godard por muitas vezes é complicado, seus filmes não são de fácil entendimento e contém um número muito grande de observações acerca de variados assuntos. Em “O Desprezo”, pude identificar uma crítica muito forte ao cinema Hollywoodiano, mas Godard aborda também questões literárias, questões políticas e questões religiosas. Quanto à composição estética temos uma enorme diferença com os filmes convencionais, vemos na tela marcas impressas de Godard, o que faz com que o espectador reconheça o diretor principalmente através dos planos que utiliza para contar a história. Finalizando, a cena em que Fritz Lang – o diretor alemão que fez Metropolis – mostra, para o empresário Hollywoodiano, a diferença entre o roteiro e o filme em si, ou seja, a diferença entre o que está escrito e o que está em imagens, essa parte remonta uma crítica que o diretor (Godard) sempre fez ao cinema como indústria igual se faz em Hollywood, onde temos uma verdadeira linha de produção e o diretor não passa de um organizador de equipe, além do mais há uma crítica muito grande ao moralismo dos filmes da grade companhia estadunidense. O filme “O Desprezo” se encontra na íntegra no youtube, porém com legendas em Inglês, mas, para quem não entende o idioma, vale a pena dar uma olhada nas posições de câmera que são um tanto inovadoras, até para os mais novos.

20.11.11

Joe Sacco- Palestina Uma Nação Ocupada.


A questão Palestina é um assunto que não passa em branco, é muito difícil que se passe um mês inteiro sem que não aconteça algo de importante, politicamente falando, naquela região, seja um atentado, um massacre ou até mesmo uma tentativa de acordo de paz. A Questão Palestina parece ser algo que nunca cessará. Por isso, e por interesses próprios, o jornalista e quadrinista Joe Sacco teve a ideia de relatar a situação do povo palestino em forma de HQ em uma coleção com nove volumes que tentam explicar de forma clara e realista as condições que o Estado de Israel impõe aos árabes daquela região. Infelizmente, no Brasil, só foram lançados dois desses quadrinhos, mas são o suficiente para termos noção do quão bom é este material e, devido a isso, falaremos nessa resenha sobre um dos volumes: “Palestina: uma nação ocupada”.  
O HQ começa com um texto que aponta as relações de Joe com a Questão Palestina, posteriormente segue um texto de autoria do próprio Joe que nos mostra todo panorama histórico do conflito, que vai desde a diáspora judaica durante o Império Romano até as tentativas de negociação de paz entre árabes e judeus nas últimas décadas do século XX. Após toda a explicação os quadrinhos começam, aqui encontraremos histórias que o autor presenciou em sua viagem à região da Cisjordânia e em alguns territórios palestinos onde existem colonos israelenses como, por exemplo, Nablus. Além disso, há diversos relatos de homens, mulheres e crianças que, de alguma forma, foram alvejados por soldados israelenses.
Algumas partes da obra merecem destaque, como o capítulo que fala sobre a prisão Ansar III, onde palestinos acusados de algum crime- muitos deles não sabem nem qual o crime que cometeram- ficam. O entrevistado, um homem que ficou preso em Ansar III, afirma que, para ter melhores condições dentro da prisão, os palestinos acabaram se organizando e transformaram o lugar em uma espécie de universidade, onde havia palestras com professores que ta, bem haviam sido presos, junto também com médicos, comerciantes, operários, etc. Outro capítulo que merece destaque é o que diz respeito às mulheres, Joe Sacco mostra, através de entrevistas, os problemas que elas enfrentam devido o machismo decorrente na sociedade árabe e como que a causa nacional interfere negativamente no processo de igualdade entre homens e mulheres.
Por último aparece a mais importante e, talvez, crucial questão mostrada no HQ, fora os assuntos de desigualdade de tratamento por parte das forças armadas de Israel, Joe Sacco toca em todos os capítulos na questão econômica. Os palestinos não só são privados de se locomover pelo estado de Israel como também não podem entrar em concorrência com os produtos israelenses, garantindo assim a Hegemonia Judaica. Joe nos mostra as atitudes do exército israelense que, por muitas vezes, alegam falsos atos de violência por parte dos palestinos e se utilizam disso para retalhar os árabes, fechando suas lojas, cortando oliveiras e impedindo qualquer tentativa autônoma de ganhar dinheiro, com isso o estado israelense garante mão-de-obra fácil e barata.
Joe Sacco faz uma obra interessante e envolvente de fácil entendimento, que mostra em sua totalidade a situação de um povo que por motivos econômicos alheios- os Estados Unidos é o principal aliado israelense no conflito- sofre todos os tipos de privação sejam econômicas, sociais ou até mesmo culturais, e nos mostra que há uma necessidade iminente de um acordo de paz entre as duas nações.




10.11.11

Aluno Zé (Baseado em fatos reais)

Em uma aula de geografia sobre transportes e em uma questão do questionário:


Quais são as vantagens do transporte ferroviário?

O aluno responde:

As vantagens do trem, não tem trânsito, demora um pouco, mas chega, passa por lugares 


bonitos, tem lanche, café e almoço de graça. (claro tudo iss escrito sem uma vírgula).

6.10.11

Ladrões de Bicicleta- Vittorio De Sicca- 1948


O filme que inaugurou o neorealismo italiano é comovente, a história se passa em 1944, logo após a Itália sair da Segunda Guerra Mundial, o desempregado Antonio Ricci, para trabalhar, tem que conseguir uma bicicleta, para isso, ele e sua esposa penhoram as coisas da casa, como as roupas de cama e de banho, e são nesses mínimos detalhes que vemos a situação de miséria que a classe operária italiana se encontrava. Para piorar a sua situação a bicicleta conseguida é roubada e Antonio e seu filho vão atrás do ladrão durante todo o período do filme. A cena mais marcante é a que o diretor expressa a desumanização e apego material do ser humano causado por uma situação de crise. O filho de Antonio cansado de procurar pela bicicleta diz para o pai desistir, por isso leva um tapa no rosto, o menino então se põe a chorar e Antonio percebe o que fez, o silêncio que precede o choro marca o e a cena é motivo de reflexão para o espectador, assim como o resto do filme. A obra de Vittorio De Sicca pode ser encontrada em DVD original pelo preço de R$ 10,00 e vale muito adquiri-la.

23.9.11

O Cinema olha para o próprio umbigo.


Antes de começar queria dizer que os filmes postados anteriormente tem sua parcela na história do cinema simplesmente pelas suas contribuições técnicas ou quanto a sua forma de montagem. As críticas aqui feitas englobam qualquer tipo de filme valerão para os filmes anteriores se assim couberem.
Tudo começa quando no mundo explodem diversas crises, os povos árabes lutam contra ditaduras que dominam há anos, as pessoas do bairro de Totteham se levantam contra as desigualdades, uma crise se alastra pelo mundo e temos diversos protestos na Grécia e na Espanha e, por fim, no Chile estudante lutam por um sistema mais justo, mas o que o cinema tem a ver com isso?
Tudo, o cinema é uma forma de arte que consegue mais do que qualquer outra expressar a realidade, mas o que vemos não é isso, muitos filmes, e inclusive de diretores consagrados como Lars VonTrier, estão sendo feitos, porém os olhos estão voltados para o outro lado: o da vida individual. As histórias acontecem em lugares fechados casas, embora o filme “Melancolia” do diretor dinamarquês citado seja uma metáfora, ele trata de um assunto que, ao meu ver, agora pouco importa, o neoliberalismo está em momento de crise- não significando que está fraco-, o que faz com que as ideias de esquerda possam surgir de novo, mas enquanto Godard, em todo seu esforço, faz um filme sobre o socialismo, muitos diretores novatos estão preocupados com filmes sobre brigas de casais e sobre ricos em depressão- deixando bem claro que isso se estende ás outras áreas da arte.
Logicamente que esses filmes não são 100% da produção mundial, mas em uma mostra que ocorre em sp, a mostra INDIE 2011, grande parte dos filmes não fala nada sobre a crise, sobre os problemas das classes sociais, apenas diretores que estão nos países mais atingidos se preocupam com isso. E a opinião dos outros habitantes de outros países? Como eles veem isso? Qual suas opiniões? Talvez nunca saberemos. E o que temos é hoje é uma maioria de cineastas que registram os seus anseios próprios, como brigas de casais, aventuras com drogas, lembranças da adolescência, etc. e o que temos é um cinema cada vez mais voltado para o individuo enquanto os anseios coletivos são deixados de lado.

16.9.11

Três Reais



Moedas de centavos de real são contadas por uma mão com as unhas sujas, ao fundo uma criança pergunta : 

-Mãe, vamos passear hoje?

Um salário mínimo por mês R$ 550,00 ; trezentos são do aluguel, cem é do mercado, outros cem são das despesas com água e luz (quando possível de telefone),  e o que se faz com 50 reais quando se tem três filhos e passagem de ônibus custa três reais?

A mãe responde:
-Não filho, se eu conseguir juntar dinheiro mês que vem a gente vai.



14.9.11

Greve!









Minha mãe me acorda hoje cedo e pergunta:
Claudio você vai levar marmita hoje?

E eu respondo:
Não mãe, to de greve!

8.9.11

Bastardos Inglórios- Quentin Tarantino- 2009





Ao final do filme temos a seguinte fala do personagem principal Tenente Aldo Raine: “Essa foi minha grande obra de arte.”, parecemos ouvir, na verdade, um recado do diretor. Sem dúvida alguma esse é o melhor filme de Tarantino, dessa vez a trilha sonora não faz tanto impacto como em outras obras suas, mas como nas anteriores os personagens possuem personalidade forte e características bem marcantes, dentre eles se destaca o Coronel Hans Landa, que é interpretado por Cristoph Waltz, que no filme é um oficial da SS que devido a sua sagacidade é conhecido como caçador de judeus, seu jeito irônico, arrogante e falso nos faz ter raiva do personagem e comemorar o seu destino ao final do filme. A película faz menções diretas e contundentes das relações fortes que os nazistas possuíam com a sétima arte, afinal uma das maiores cineastas do mundo, Leni Riefenstahl, se consagrou graças à sua capacidade de, através do cinema, montar uma imagem benéfica do nazismo.
Vale a pena citar também que a primeira parte da película que pode até ser considerada um curta metragem dentro de outro filme, pois conta uma história com começo, meio e fim cheia de intensidade e com grande importância, não só para o entendimento do filme como para o contexto histórico do filme, a França ocupada pela Alemanha nazista. Finalmente, o filme é um espetáculo de imagens e boas interpretações, uma história boa que faz você ficar por quase duas horas esperando o final e quando acaba quer de novo, além do mais o DVD original possui extras muito interessantes, inclusive um curta metragem que é citado diversas vezes durante a história. E mais uma vez o nazismo se encontra de forma fantástica e cruel através das grandes telas do cinema.

2.9.11

Meia Noite Levarei a sua Alma- José Mojica Marins – 1963-1964*.


Esse longametragem se trata nada mais nada menos do que o primeiro filme do lendário personagem Zé do Caixão. Lançado no ano do golpe militar no Brasil, o filme retrata a história de um coveiro, Josefel Zanatas- mais conhecido como Zé do Caixão- em busca da mulher que possa gerar o filho perfeito. Em meio a sua busca Zé se depara com a crença das pessoas de sua pequena cidade e devido ao seu grande conhecimento e ateísmo despreza os demais se julgando o homem superior, o filme é repleto de cenas aterrorizantes e feitos especiais que mexem com a cabeça do espectador devido a sua precariedade ao mesmo tempo em que é genial, José Mojica Marins consegue transformar pequenos elementos do nosso cotidiano em coisas aterrorizantes, a obra conta com excesso de violência, sensualidade e principalmente grande critica às superstições e crenças religiosas, inclusive é nesse filme que temos a célebre e emblemática cena onde Zé do Caixão come carne de cordeiro em frente à procissão de sexta-feira santa.
            O filme foi lançado em 1964 e, como muitos outros filmes do diretor, foi censurado. Além disso, a película é a primeira parte de uma trilogia que se completa com: “Esta Noite Encarnarei em teu Cadáver” lançado três anos após o primeiro filme da trilogia e só se completa 44 anos depois com a “superprodução”, “A Encarnação do Demônio” filme este que foi produzido com o apoio da 20th Fox e o filme mais caro da carreira do diretor. Ainda falando da história do coveiro mais temido do Brasil, teremos uma série de filmes do diretor em que ele aparece e algumas histórias em quadrinhos, dentre elas, a mais recente, chamada “Prontuário 666” conta a história do personagem durante o período em que esteve na prisão, ou seja, a parte da história que ocorreu entre o segundo e o terceiro filme da trilogia. O diretor possui uma vasta filmografia que vai desde o filme de terror, que o consagrou, e até com pornochanchadas e filmes dramáticos, hoje já não o vemos mais com os olhos de antigamente o reconhecimento da obra de Mojica no exterior o transformou de diretor louco a diretor cult, o que não faz com que ele perca a sua genialidade. O filme em questão pode ser encontrado à venda em diversas lojas de filmes por São Paulo, chegando, em alguns casos, a custar apenas R$ 5,00 original e também pode ser encontrado junto com mais cinco obras do diretor em um Box por um preço de, aproximadamente, R$ 70,00, os DVDs ainda contam com uma enorme quantidade de extras que vão desde entrevistas até documentários e arquivos de áudio.

*Essa informação consta no livro Maldito- A vida e a obra de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. André Barcinski e Ivan Frinotti. Editora 34, 1998.

25.8.11

Fantasma do Espaço – Marsha Navarro – 1953





As ficções cientificas da década de 50 são encantadoras, e Fantasma do Espaço não foge dessa regra, embora um dos filmes menos conhecidos do gênero não deixa de possuir suas características principais: efeitos especiais toscos, investigadores com os mais “modernos” aparatos tecnológicos, um casal de namorados, um cientista que busca entender o assunto e, o mais importante, o medo dos EUA perante a URSS. O filme está à venda em algumas lojas de filme, custa apenas dez reais e no DVD temos a versão em P&B e a colorida por computador, além de estar disponível integralmente no youtube.

21.8.11

Raul Seixas Aniversário de Morte! (Crônica Baseada em fatos reais)


Um professor que gostava muito de rock vivia a copiar cds de clássicos para os seus alunos, até que um dia uma aluna veio pra ele e perguntou:

-Professor você tem alguma coisa do Raul Seixas?

-Tenho- ele respondeu!

-O que professor?

-Raiva

Rs Salve Raul! Galerinha rock´n roll

18.8.11

Festim Diabólico- Alfred Hitchcok- 1948




O Filme do mestre do suspense não deixa a desejar, embora não seja um fã de suas histórias, possuo grande apreço pelo modo como ele dirige as suas narrativas. O filme conta somente com belos planos seqüência que parecem tornar a história mais real e tensa, a câmera se movimenta de forma lenta, e às vezes estática, dão sempre a nós a impressão de que algo sempre está para acontecer, além disso os diálogos são muito bem construídos- inclusive fazem menção à Nietzche- e junto com as atuações, fazem do filme uma das grandes obras do suspense e, portanto, do cinema.

29.7.11

Indignações

Um dia desses depois de passar mais de 30 minutos esperando por um ônibus que deveria passar de 15 em 15 minutos virei-me num movimento de indignação e vi um senhor uniformizado consertando uma placa que dizia "CMTO- Tratando o usuario com dignidade". Sem pensar e com uma desinibição que nem eu mesma conhecia olhei nos olhos dele e murmurei "quanta dignidade heim!?", foi aí então, em um dos momentos mais surreais da minha vida me respondeu "dignidade?! eu nem sei o q e isso, moça!". E eu fiquei ali no vazio, perplexa, tentando entender e me questionando se ele estava  sendo irônico ou não e qual das opções era mais desconcertante. E entre outras coisas o que me deixa mais apavorada é perceber que as pessoas perderam a capacidade de se indignar, como se essa situação fosse uma condição, que o que elas tem fosse uma dadiva, não percebem que tudo pode e deveria ser diferente, que o poder esta nas mãos dela, que hã uma escolha, há uma solução. E assim nos vamos, gratos pelo que e possível e condicionados a pensar q somos livres!  Cinco minutos depois o ônibus passou e eu subi com as mãos no bolso pensando que talvez eu nem fosse me atrasar tanto! Indignação numero dois.


Gisele Manoel

28.7.11

ONDE ESTÁ O INIMIGO


Quando Marx disse que a religião era o ópio do povo ele estava totalmente correto, assim como Bakunin também alega que se deus existe ele deve ser abolido, e, na verdade, deus realmente existe, mas ele habita o lugar mais perigoso da face da terra; a mente humana. Enquanto a ideia de deus for domínio das causas humanas algo de novo será difícil de acontecer, afinal a religião propõe, entre outras coisas, a hierarquia incontestável e, a pior das coisas, a predestinação. Mas por que tocar em um assunto que parece tão ultrapassado ainda nos tempos de hoje onde o Estado esta separado da Igreja?
            Como foi dito no parágrafo anterior o problema da existência de deus não está pautada em seu mero plano metafísico, mas sim na sua presença na mentalidade das pessoas, isso faz com que o ser humano seja suprimido à um mero servo e, incapaz de caminhar com suas próprias pernas e contra seu destino, está condenado a não conseguir promover mudanças em sua sociedade, mas o pior disso tudo é que, mesmo já muito longe da Idade Média, as pessoas continuam a criar seus mitos, isso só faz com que eles, mais uma vez enxerguem um inimigo invisível e lutem contra o mesmo, enquanto o capitalismo permanece dominando a classe trabalhadora.

Uma breve linha cronológica do inimigo da raça humana.
           
            A religião era, e é, usada para explicar as questões do mundo como por exemplo: Adão e Eva nos explicam porque existe o mal no mundo, de onde ele provém e porque temos que nos vestir e trabalhar para tirarmos o nosso sustento, sendo assim usamos esse exemplo para concluir que o mito explica as origens de algo que confunde a mentalidade humana. Assim podemos utilizar esse mito primordial para dizer os lugares do inimigo da raça humana, pois vemos aqui que a principio esse inimigo, criador do pecado, ou melhor, incitador do pecado, morava com os homens no jardim do Éden. Mas, segunda a Bíblia, o paraíso foi ocultado, Adão e Eva expulsos, livros a frente encontramos uma história anterior à criação do mundo dizendo que ele foi jogado no abismo, mas onde era o Abismo?
            O Abismo seria justamente aquele lugar onde nenhum homem queria ou poderia ir, ali vivia o diabo, por muito tempo ele habitou além dos mares, abaixo da terra, no espaço além do céu, porém como as pessoas, que não faziam partes das elites que criaram essas teorias, não puderam prever a tecnologia evoluiu, o homem correu por todos os cantos, inclusive do universo próximo, e descobriu que o inimigo da raça humana, o diabo, não habitava nenhum desses lugares, senão somente o lugar dito mais obscuro, a mente humana, sendo assim o inimigo dos seres terrenos, segundo os cristãos, hoje só pode habitar um único lugar: o próprio planeta Terra.
            Mas se o inimigo de deus, o diabo e seus seguidores habitam o planeta Terra, onde eles se encontram? Essa resposta foi facilmente encontrada em uma, ou mais, seitas “secretas” sobre a face da terra, a falta de uma pesquisa real acerca do assunto e a facilidade com que as informações se proliferam pela internet, fazem com que um novo mito sobre o fim do mundo e sobre um inimigo que mantém as pessoas afastadas de deus se espalhe, esse mito, hoje, é conhecido como: Illuminattis.


Os Illuminattis.
           
            Teoricamente os Illuminattis são um grupo pequeno que dominam toda a economia do mundo, e fazem isso não de uma forma só política, mas também Mágica. Essa noção Mágica pelo os quais os illuminattis agem estão, segundo os seus teóricos, em todas as camadas da sociedade, na tv, nos esportes, em fim em todas as partes. Com isso os seus teóricos tomam esse grupo como a causa de todos os males do mundo, seja a poluição do rio Tietê, a fome na África e até mesmo a derrota da seleção brasileira na copa do mundo.
            Isso é causado por uma série de más interpretações feitas dos símbolos e simbologias, a descontextualização de grupos religiosos, a consideração por obras literárias de cunho puramente fictício como, por exemplo, a obra Anjos e Demônios de Dan Brown. Inclusive essas teorias sobre esse grupo começaram a surgir justamente posteriormente ao ano de 2000 que ficou marcado como o ano do fim do mundo, mas agora após os ataques de 11 de setembro e as teorias literárias conspiratórias de Dan Brown e as novas profecias maias sobre o fim do mundo em 2012, essas teorias começaram a aparecer e cada vez com mais força e adeptos, ela inclusive prevê que esse grupo nada mais é do que um conjunto de pessoas que vão criar o anticristo e, por sua vez, tentarem recrutar o maior número de adeptos para enfrentar Jesus Cristo na batalha final do Apocalipse.
            As ideias sobre esse grupo definitivamente não são sensatas, fazem uma exclusão dos fatos históricos para dar embasamento a uma teoria que no fundo não tem o menor nexo, o problema maior ainda está na solução desse problema. Os teóricos dos Illuminattis não apontam uma solução física, mas afirmam que a única saída é crer em Jesus Cristo, ou seja, podemos voltar ao começo desse texto novamente.

Onde está o inimigo

            Sabemos que no princípio o homem criou um artifício para justificar o inexplicável no mundo, deus, mas com o passar dos tempos as autoridades e as elites dominantes perceberam que poderiam usar essa divindade para o controle. Com isso percebido bastava apenas fomentar o inimigo da nossa divindade criadora para que as pessoas tivessem um motivo para crer e adorá-la, assim o diabo se faz presente na nossa sociedade como inimigo a ser combatido. A importância disso é que as mazelas do mundo capitalista são todas colocadas como se fossem causa de um plano externo, ou até talvez interno- como os illuminattis que, segundo os seus teóricos, são um grupo de pessoas que habita o planeta Terra e estão mais próximos do que imaginamos- mas imutável.
            Esse pensamento serve para manter as massas em seus lugares e justificam uma hierarquia que foi criada pelo homem devido às suas próprias condições, devemos salientar que o protestantismo, esse mesmo que faz agora um julgamento contra o capitalismo, foi a religião que deu apoio à criação desse novo e injusto sistema econômico, onde o acumulo de capital é privilégio de poucos, e são esses, junto com o seu sistema criado que, na realidade, são os verdadeiros inimigos e essas ideias do inimigo metafísico, com o passar dos tempos, estão cada vez mais fortes dentro da nossa sociedade. 

Claudio Eduardo da Silva

15.7.11

Almoço










Almoço
Ao moço
Vende-se almoço
Ao Moço
Vende-se ao moço
Almoço

Almoça
A moça
Vende-se à moça
Almoço.

Viva Tom Zé!

Claudio Eduardo da Silva

5.7.11

Zé Malhação (crônica tirada de uma piada popular)

Em uma academia qualquer da cidade entra um sujeito chamado Zé. Sua barriga grande não negava os mil litros de cerveja que ali estavam estocados, seu objetivo: perder a pança. Zé então cumprimentou o instrutor esse lhe deu a ordem que sentasse na bicicleta e pedalasse meia hora. Zé conferiu o corpo das meninas, sentou na bicicleta deu duas pedaladas e parou, ficou somente mexendo o corpo para os lados como se estivesse fazendo curvas, depois de cinco minutos assim o professor foi até ele e perguntou:

- O que você está fazendo? é pra pedalar.

E Zé cheio de razão respondeu.

- Calma professor eu começo assim que eu terminar essa descida!


Claudio Eduardo da Silva.

28.6.11

Marcas



Essas são as marcas, do tempo, das oito horas diárias com mais uma, o arroz de sempre, o feijão de sempre, uma alegria momentânea quando tem batata frita. As marcas de uma vida longa que não cessa na aposentadoria. Criou o filho, o neto, e muitas vezes muitos desses. Passou o golpe, a ditadura, as diretas, os caras-pintadas e eu não vi, e eu nem senti, a diferença pouco se fez continuo, sempre, trabalhador assalariado, com o minimo para comer e trabalhar no outro dia.

Claudio Eduardo da Silva

26.4.11

RAZA- Um Filme de Propaganda Fascista e Uma Novela de Jaime de Andrade

Uma Breve Análise.

O filme Raza foi feito de acordo com as recomendações do regime franquista e baseado na novela homônima do autor Jaime de Andrade, que mais tarde foi descoberto ser um pseudônimo de Francisco Franco, cuja intenção era mostrar aos espanhóis um ideal de povo que se apega aos costumes e a religião, assim como também, exalta as forças armadas. José é filho de um marinheiro que perdeu a vida na guerra hispano-americana; após alcançar a maioridade entra para o exército espanhol -o filme não mostra esse processo- ele ainda é criança e depois da morte do pai já o vemos capitão do exército. José, então, entra em embate com o irmão mais velho, pois esse é aliado dos republicanos. Ao final o irmão de José, Luis, entrega aos fascistas as táticas republicanas permitindo assim que esses vençam a guerra. O filme é repleto de simbolismo, antes de se corromper Pedro tem seu irmão mais novo Jaime, que é padre, assassinado pelas forças antifascistas, José também sofre um atentado, mas sobrevive, segundo o filme graças à glória de Deus.
Essa glória salvadora de Deus é reforçada em várias partes do filme assim como a violência antifascista contra os padres. Jaime, o padre, é mostrado sempre de forma serena inclusive ao lado de crianças órfãs que são ajudadas pelo jovem sacerdote. Isso faz um grande contraponto com os padres mostrados nos filmes antifascistas, nos quais esses aparecem sempre como repressores e corruptos. A cena da morte dos padres é representada de forma romântica embora haja grande precariedade tanto nos efeitos especiais quanto na atuação dos atores. A foto de Franco aparece diversas vezes em momentos de bravura e luta e servem para reforçar a importância do caudilho no conflito civil.
Na cena final, a vitória fascista é festejada com grande louvor, principalmente mulheres e crianças são mostradas como grandes adeptos do novo regime, Franco está posicionado em um palanque olhando a marcha dos militares sobre a Espanha. Finalmente o filme busca fazer um retrato da “Raza” espanhola que, devido ao seu grande passado de lutas, como a guerra da reconquista ou a guerra hispano-americana, são reforços para o grande triunfo frente os comunistas e anarquistas.

Considerações sobre o artigo: “Raza, novela de Jaime de Andrade, pseudónimo de Francisco Franco.” Escrito por Rafael Utrera Macías da Universidade de Sevilla.

O artigo de Macías vem nos dar uma luz sobre a novela de Francisco Franco, esse autor especula a possibilidade da obra literária já ser escrita com a intenção de que se tornaria um filme. A análise nos mostra as modificações feitas pelo diretor da novela para o filme, essas modificações fazem com que, ora a obra literária ora o filme, percam ou ganhem muito nas suas intenções. Por exemplo: na novela, José o personagem que representa Francisco Franco, é preso por um grupo republicano e condenado à morte[1], mas quando está para ser alvejado,  ocorre uma invasão aérea e José se salva, no entanto ele é atingido por um tiro acidental. Já no filme a cena do fuzilamento não ocorre desta forma, o protagonista é fuzilado, mas se salva de forma milagrosa, mostrando uma faceta do caudilho que encontramos no livro “La Guerra Civil Española” de Paul Preston: “Los oficiales ‘africanistas’ Le respetaban por su impasible crueldad, así como las tropas moras, porque las numerosas ocasiones em que habia escapado milagrosamente de la muerte les habían convencido de que poesía el poder místico de la baraka o invulnerabilidad.” (Preston, 2005). Este trecho explica o impacto da cena que dá o caráter de herói a José.
Outro ponto principal, que possui força semelhante tanto no filme quanto na novela, é a (oni)presença do general Franco, segundo Utrera aponta, na novela o nome do caudilho é pronunciado diversas vezes de acordo com seus êxitos e triunfos, já no filme o que aparece é sua imagem, principalmente quando Luis Exteberria titubeia em continuar no conflito. A imagem do general aparece de forma religiosa e se faz presente nos momentos de angústia, atuando como uma força externa que “ilumina” o campo de batalha. Talvez isso seja causado também pela dificuldade que o diretor encontra, ou encontrou, em transformar as palavras em imagens, mas como se trata de um filme fascista, feito pelo ministério da propaganda e que possui forte influência do cinema nazista de Leni Riefenstahl [2] , podemos concluir que essa pode ser umas das técnicas de propaganda utilizadas pelo governo franquista.
Utrera segue seu trabalho agora apontando os eixos temáticos da novela. Esses eixos temáticos, e isso é o que mais importa, aparecem de forma massiva durante ambas as obras. O autor começa discursando sobre o assunto nos alertando que tudo em Raza deve ser olhado como alegoria. Partindo desse princípio começa a apontar e a decifrar essas alegorias na obra literária, não por acaso são semelhantes às alegorias do filme. Os conceitos mais trabalhados na novela são: o dever, a pátria, a raça e a honra, além de outros dois conceitos que entram em pátria, a própria Espanha e a nação. Afinal para o governo fascista de Franco de que se trata a Espanha? Quem são os Espanhóis e quem forma a nação? Para responder essas perguntas nada mais do que recorrer aos diálogos e também à formação dos personagens da obra.
O personagem José nada mais é do que a representação do caudilho, e, como ele diz, seu sangue é da Espanha, assim como também Utrera cita diversas frases do protagonista do filme para firmar essa condição. A análise segue com a exaltação ufanista da Espanha como país, que além de ser colocada na obra como “la nación amada por Dios”, todos os poderes divinos se voltam para ajudar o país. Na obra o estrangeiro é mal visto para a Espanha, sua repressão ajuda a criar uma nação mais forte, no filme, no entanto, esse ódio ao estrangeiro não é apontado, pelo menos não de forma tão clara, as únicas cenas que nos levam a esse pensamento, são as cenas em que vemos a Espanha ser "ultrajada" pelos Estados Unidos na guerra de Cuba. A abominação ao estrangeiro também vai ser retirada de outro fator importante e latente dos discursos fascistas, a questão da raça, principalmente quanto à sua gênese. O autor através do personagem Pedro Churruca, o pai, vai mostrar, em uma cena, a genealogia do heroísmo espanhol, que será reforçado no final da película com a vitória fascista; o primeiro desses guerreiros natos é Damian Churruca que lutou e morreu na Batalha de Tralfaguar, batalha a qual é mostrada no inicio do filme, no entanto, na novela, como mostra Utrera, essa árvore tem raízes muito mais antigas, essa “raza” se inicia nos fenícios. Dando continuidade aos pilares franquistas, agora encontraremos mais duas palavras chaves dessa composição da ideologia espanhola, essas palavras são: Dever e honra. Esses dois termos caminham juntos no filme, ao cumprir o seu dever perante a sua pátria, conquista-se a honra. Utrera mostra que, para enfatizar melhor, há personagens fascistas que titubeiam perante o dever e consequentemente perdem a honra, esse é o caso de Luís Exteberria, o capitão abandona o front, assim como no filme, quem vem alertá-lo sobre seu erro é José, este convence o cunhado dizendo que sempre deve buscar a honra, e a honra não está desligada, nunca, do dever de salvar a Espanha.
Outro ponto relevante na novela de Jaime de Andrade é a questão da importância que se dá na luta contra os inimigos dos fascistas. O conflito é chamado pelos personagens de cruzada, o termo faz uma referência direta à guerra da reconquista, só que agora a Espanha está tomada por republicanos, anarquistas e comunistas e não por mouros. Os inimigos tem um tratamento especial no filme, assim como na novela, isso é clarividente, pois todos os antifascistas sempre estão desalinhados e com roupas velhas, não só isso, como também a aparência física degradada do inimigo é latente. Há também uma generalização da nomenclatura, todos são “rojos”, no mais claro da palavra, todos são comunistas independente da verdadeira ideologia e do cargo ocupado. Além dessa generalização da esquerda, há o esquecimento da direita, no qual Alemanha e Itália são apagadas da Guerra Civil como se nunca houvessem participado do conflito, sabemos, no entanto que essas nações tiveram papel crucial para a vitória fascista. Como diz Utrera, há uma substituição da história por uma história oficial.
Finalizando as análises temáticas, Utrera vai apontar para dois grupos que são colocados na novela: as mulheres e os professores. O primeiro grupo é retratado como total dependente dos homens, as mulheres tem papel na guerra somente nas questões do lar. Já as mulheres do lado inimigo são tratadas como lésbicas e masculinizadas. Há inclusive uma passagem que ocorre tanto no filme quanto na novela, na qual uma mulher teve o cabelo cortado por republicanos, o capitão do exército então pede que lhe arrumem roupas adequadas para uma mulher. Já o professor é visto como ser dispensável e débil pelos fascistas, para os personagens centrais da novela é na universidade que se fomenta a decadência da Espanha.
O artigo se encerra com uma análise do estilo da linguagem utilizada na obra, isso ocorre tanto no filme como na obra literária. Utrera primeiro nos mostra que o autor, Jaime de Andrade, usa um linguajar menos rebuscado quando se trata dos milicianos, podemos até afirmar que isso se trata de uma chance de barbarizar os antifascistas, afinal se esses não são pela Espanha logo por que falariam a linguagem de forma correta? Algumas considerações sobre o tempo, os sons descritos e as questões naturais que caminham junto com o ânimo dos personagens, são feitas pelo autor que termina sua obra discorrendo sobre as cacofonias e repetições que, como ele afirma, são frequentes na obra.
Embora algumas diferenças entre a novela escrita e o filme, ambos tem e atingem o mesmo propósito, recriar a história da Espanha, principalmente da Guerra Civil Espanhola em favor do regime fascista. É claro e são óbvias as intenções de degradar a classe trabalhadora e os grupos antifascistas, assim como as alegorias são colocadas de forma a condicionar o pensamento do espectador para aceitar o regime. Essa adaptação cinematográfica é proposital devido ao forte impacto que o cinema consegue sobre os espectadores, além de trazer as ideias de forma mais didática ao grande público, afinal nenhum regime político existe se não for por um apoio das massas.

[1] Na novela, diferente do filme, esse processo ocorre de forma mais demorada, acontecem diversos eventos antes de José ir para a sua execução.

[2] MATEOS, Araceli Rodríguez. Un Franquismo de Cine: La imagem política Del Rgimén em El noticiário NO-DO (1943-1959). Madrid: Ediciones RIALP, 2008

PRESTON, Paul. La Guerra Civil Española. Barcelona: Debate, 2008.

Artigo:
http://www.cervantesvirtual.com/obra/raza-novela-de-jaime-de-andrade-pseudonimo-de-francisco-franco--0/

Filmografia
Raza- arquivo próprio.

Claudio Eduardo da Silva

25.4.11

Tudo sobre Frederico

Nome: Frederico Sanches Olivieri
Data de nascimento:15/08/1968
Nacionalidade: Equador ,mas naturalizado Cubano
Profissão:Caminhoneiro

Federico teve infância pobre no Equador, aos 15 anos teve que comprar seu caminhão para sustentar a familia e, de repente, num lapso momentário de razão resolveu fugir para Cuba, de caminhão mesmo. Em Cuba começou a se dedicar a música devido a programas de inicação musical promovidas pelo governo socialista de Fidel Castro, conheceu grandes celebridades como a cantora pop Madonna, o grande futebolista Allejo, o ator Jhonny Deep (que na época viajou para Cuba para pensar no que hoje é o grande sucesso do cinema Piratas do caribe) e seu maior idolo Kenny G.

A Infância

Frederico tinha uma infância pobre no Equador, lá viveu as amarguras de uma vida sem reglias porém brincava muito, sua brincadeira favorita era o chamado rolinho porrada, na qual sempre perdia,adorava era masoquista desde sua infância, visto seu gosto musical era uma verdadeira tortura, de todas as crianças da vila era o ùnico que ouvia exaustamente Kenny G. por quem nutria um amor além do musical. Isso fazia com que todos os dias Frederico se tornasse o principal alvo de chacotas das crianças que gritavam "MARICON" exaustivamente aos seus ouvidos, coisa que ele pouco ligava,pois todos os dias olhava para o céu e pedia para Deus que mudasse daquele lugra e conecesse o amor de sua vida. Mas sabia que para isso teria que passar por muitos desafios durante sua adolescência...

A Momentary Lapse of Reason ( Adolescência)

Não, esse não é o nome do álbum lançado pelo Pink Floyd em 1985. Quero dizer, na verdade é, mas ele foi lançado com esse nome unicamente por que é assim que chamamos a fase de mudança em que Frederico sai com seu caminhão do Equador e viaja até Cuba onde resdiu até o fim da sua vida e onde realmente sua história começa.
Falar sobre esse período da agitada vida de Frederico é falar de uma verdadeira fase de mutação, cansado da sua vida de caminhoneiro no Equador, apesar dos 15 anos de idade e de apenas 1 ano de profissão, Frederico havia ouvido grandes história sobre o grandioso país Cuba que passara por uma revolução socialista e havia se tornado o país da oportunidade,porém os cubanos não achavam isso. Então Frederico encheu o tanque do seu caminhão e rumou (Não sei como) direto do Equador para Cuba, deixando para trás seu triste passado de "MARICON". Foi quando, depois de 10 dias de viagem chegou em Cuba, mas logo notou outros ares e as pessoas não eram iguais as do Euqador, nem falavam a mesma língua que ele, então logo notou que, na verdade, estava no Brasil. Voltou a encher seu tanque, comprou um mapa e foi definitivamente para Cuba. Aproveitou para dar carona a Ernesto Guevara de La Sierna o "Che" que viera ao Braisl ser condecorado por Janio Quadros, esse presenteou Frederico com uma vassoura e um lanche de mortadela recém tirado do bolso, infelizmenete esse fato foi apagado dos livros de História.
Frederico Finalmente chegou em Cuba lá foi logo conhecer o grande amigo de Che, Fidel Castro o atual presidente. A vida era levada normalmente por ele, porém, com uma diferença, agora fazia aulas de saxofone na escolinha do governo e começou a por seus sonhos em prática. Foi lá, na escolinha, que ele conheceu a mulher por quem se apaixonou para toda vida Runa Ramón Ramirez. Runa, na verdade, não deveria se chamar Runa mas sim Bruna ,mas como seu pai não conseguia falar o B e o homem do cartório era pouco dotado de inteligência o nome dela acabou ficando errado, e sem a mãe, que morrera no parto, para corrigir o erro do nome, ela aceitou esse mesmo. E seria na ESSECU (Escolinha Socialista de Saxofone Especial CUbana) que Frederico iria conhecer o homem por quem se apaixonou por toda vida.

O Segredo De Sierra Maestra

Era um dia lindo em Havana e todos na escola de saxofone aguardavam uma surpresa, um saxofonista super famoso viria até a escola fazer um workshop para os alunos. Frederico estava meio desanimado naquele dia ele havia brigado com Runa, porém a surpresa fez seu humor mudar.
Cabisbaixo Frederico estava lá por estar e foi assim, como mágica, que aconteceu, seus olhos brilharam quando o locutor anunciou: “Ahora com usted, el grand ás del saxofone, KENNY G." Frederico começou a chorar e, sem pestanejar, sem pensar no que os outros iam pensar no que ele estava pensando, correu até os braços de seu grande amor. Kenny G. acalentou o garoto e eles tocaram vários hits juntos se apresentando para os pequenos jovens cubanos. Depois trocaram os telefones, trocaram elogios e trocaram carícias, e se iniciou uma bela história de amor. Kenny G. sem pensar duas vezes ligou para Frederico que foi buscá-lo de caminhão no hotel, lá decidiram se refugiar em uma região montanhosa do interior dos EUA, decisão essa tomada pelo inteligentíssimo Kenny G. (Inteligência notada também nas suas composições) viajaram durante um mês e chegaram ao local. Mas lá houveram complicações, um casal gay de cowboys já estava lá e expulsaram os dois, que resolveram voltar a Cuba e se refugiar em Sierra Maestra. Frederico relatou a história dos cowboys em seu diário e se aproveitou da aproximação entre Cuba e China para vender a história para Bruce Lee, que se recusou a fazer um filme desses e revendeu para seu primo de 3º grau Ang Lee. Com esse dinheiro Frederico compraria seu saxofone e faria parceria com Kenny G. se tornado o FredeRí. Em Sierra Maestra se amaram muito e curtiam cada dia como se fosse o último, mas, por ironia do destino, FredeRí trepidou com as entregas do governo Cubano e sua vida, que estava no auge com shows e amores com Kenny G. e Runa, começou a tomar rumos inesperados.

A Crise dos Mísseis

É pra quem achou que Frederico não fazia diferença na história do mundo se enganou, graças a ele foi que Cuba apareceu mais uma vez nos noticiários do mundo através do trágico episódio da crise dos mísseis. Pra quem acha que o episódio é aquela velha lorota contada nos livros didáticos de que a URSS instalou mísseis nucleares em Cuba para atacar os Estados Unidos, vou lhes falar a verdade.
Frederico, agora atuando como FredeRí, estava cegamente apaixonado por Kenny G. e, como todos já sabem, ele era um dos principais caminhoneiros que trabalhava para o governo de Fidel Castro, afinal não são todos os caminhoneiros do mundo que viajam de Havana a Paris como se estivesse dirigindo um ônibus da Viação Cometa. Enfim,  por isso Frederico ficou responsável por levar de Cuba para a URSS um carregamento de mísseis para fazer a defesa de países como Vietnã do Norte, Coréia do Norte, China do Norte e Casas do Norte. Mas Frederico vacilou, sua paixão cega fez com que ele se esquecesse da entrega e que viajasse para Sierra Maestra para se aventurar com Kenny G. Nesse momentâneo lapso de paixão, ao fazer uma chupeta (se é que vocês me entendem), uma faísca atingiu os mísseis que começaram a sair voando para todos os cantos do mundo, um deles atingiu o Muro de Berlim e isso fez com que a Alemanha Oriental fosse invadida pela Ocidental, outro atingiu Mao Tse Tung, um ia a tingir o Vietnã do Norte, mas o John Rambo atingiu ele antes com um tiro de 9mm e depois destruiu todos os Vietcongs com a mesma arma, e, o ultimo deles, o mais perigoso, e o único nuclear voou em uma velocidade tão rápida que voltou no tempo e destruiu Hiroshima. O comunismo caiu!
Fidel Castro ficou puto da vida com isso, mas puto da vida mesmo, e mandou matar Che Guevara por ter levado aquele estorvo para Cuba, mandou prender Frederico em Guantánamo e só de raiava vendeu a Prisão para JF Kennedy, só para ele ser torturado por um homem com nome semelhante ao de seu amor.
10 anos se passaram Frederico foi liberto de Guantánamo durante o governo Clinton, ao sair foi correndo para os Braços de Kenny G. quando teve a maior decepção de sua vida...

INVASÕES BÁRBARAS

Anos se passaram e Frederico já não era mais FredeRí e também já não era mais herói. o fato da crise dos mísseis somados com o episódio em que e0le cumprimentou Allejo antes de um jogo contra os Estados Unidos, o toque na mão do craque lhe deu um azar tão grande que ele não marcou mais que 80 gols no amistoso, fizeram com que Frederico fosse lembrado como vilão nacional. Já não lhe sobrava mais nada só o amor de Runa e Kenny G, mas o tempo mostraria que ele estava redondamente enganado. Ao sair da prisão e ao voltar para casa Frederico teve a grande decepção de sua vida, o seu grande amor homem, Kenny G. havia se casado com seu grande amor mulher, Runa, e se não bastasse roubou seu saxofone e transformou seu caminhão em um ônibus de turnê e em 1986 já havia lançado o seu cd de maior sucesso "Kenny G. Ultra Diferents Songs" que depois mudou de nome para "Doutones" por sofrer um processo por parte dos consumidores de propaganda enganosa. Frederico chorou, chorou tanto que inspirou Johnny Depp a escrever o roteiro do filme "Piratas do Caribe" e depois vende-lo para Tim Burton assim não assumindo tamanha obra ridícula, a inspiração rendeu uma grana para Frederico que, sem mais nada a perder, comprou um rifle. Porém em um momento de angústia e agonia ele colocou munição no rifle e mostrou para um músico famoso dos Estados Unidos como funcionava e vendeu o rifle. Nesse mesmo ano Kurt Cobain se matou.
As angústias de Frederico foram crescendo ele pegou seu caminhão de volta e ainda Kenny G. disse que havia doado ao pobre homem e ficou com todos os créditos da ação, mas o ano de 2001 foi duro e Frederico não aguentava mais sua vida medíocre exatamente no dia 11 de setembro do mesmo ano ele disfarçou seu caminhão de avião e em atitude suicida atirou-se com ele contra as torres gêmeas (World Trade Center) e junto com ele outro avião lotado de fãs fez o mesmo, assim deu fim a sua longa e triste história, que ainda recebeu em homenagem um pequeno discurso de 8 horas de seu grande ex-amigo Fidel Castro, o discurso fora dublado em árabe para a rede de TV Al Jazira e por um erro de transmissão passou nos Estados Unidos também, a força da mídia fez com que o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Acredita-se que o atentado fora culpa dos árabes e fez desse episódio álibi para iniciar uma guerra contra o Afeganistão e o "heróico povo Talibã" como disse John Rambo em Rambo III.

Fim

Frederico e sua influência na história mundial

- Jânio Quadros renunciou depois de saber que o homem que estava encarregado de levar Ernesto Guevara de la Sierna o "Che" odiava sanduíches de mortadela principalmente os recém tirados do bolso do paletó, esse homem era Frederico.

-A banda Captain Beyond banda do ex- vocalista do Deep Purple tem esse nome, pois se inspirou no nome que apelidaram o caminhão de Frederico Capitão Além.

-O episódio da crise dos mísseis foi mascarado por interesses soviéticos e estadunidenses de continuar a guerra fria.

-Frederico inspirou a idéia de atemporalidade do filme o Cão Andaluz, por só ele conseguiria ter nascido nos anos 60 e inspirar um filme da década de 20.

-O título do filme Laranja Mecânica foi inspirado na Mecânica Laranja de Quito oficina que ele trabalhava antes de ir para Cuba.

-Frederico popularizou o softjazz.

-O Historiador Eric Hobsbawn escreveu a história social do Softjazz, mas como o estilo era desconsiderado pelos acadêmicos o livro virou "A História Social do Jazz".

-O quadro de René Magritte "Ceci nes´t pass a pipe" (Isso não é um cachimbo) tem esse nome por na verdade não é um cachimbo e sim um saxofone disfarçado de cachimbo, e esse saxofone foi inspirado no saxofone de Frederico.

-Assim como o Chesperito é uma alusão a Sheakspeare, o seu personagem Kico ou Frederico é uma alusão ao próprio, e se não bastasse Madruga tem esse nome por que Frederico Fazia suas composições na madrugada e ainda Chiquinha era o apelido de Runa em Cuba. A marreta do herói latino-americano Chapolin Colorado era para ser um saxofone, mas como ninguém usa um saxofone como arma Bollaños usou a marreta mesmo. a cor do herói é uma alusão ao comunismo regime político do país onde Frederico fez sua história.

-A música "debaixo dos caracóis do seu cabelo" foi uma serenata encomendada por Frederico para Kenny g. no aniversário de primeiro namoro deles.

-Frederico ganhou uma copa do mundo de saxofone para Cuba no ano de 1977, mas sua imagem foi ofuscada pelos punks do Sex Pistols.

-A banda Sex Pistols tem esse nome porque era assim que Frederico chamava o Kenny G. nas horas intimas.

-Frederico inspirou o grupo Femen, grupo de mulheres ucranianas que fazem -

manifestações seminuas e que nunca ouviram falar de Fidel Castro.

-Frederico popularizou o softjazz no mundo todo.

Claudio Eduardo da Silva

8.4.11

A Língua das Mariposas [1]- Uma breve análise.

O filme dirigido por José Luis Cuerda, lançado em 1999, é um clássico quando o tema é Guerra Civil Espanhola. O filme foi baseado em uma série de contos de Manuel Rivas, e mesmo sendo uma adaptação não deixa a desejar. A película conta a história de um professor que dá aula em um vilarejo, um de seus alunos, o mais novo da turma, o teme, porém sem conhece-lo. Moncho, o jovem protagonista, perde o medode seu professor, ao perceber que ele pode lhe mostrar um mundo o qual ele ainda não conhece. Após esses acontecimentos as relações entre o professor e o aluno são cada vez as melhores. Eles realmente acabam virando grandes amigos, mas, com a eclosão da Guerra Civil Espanhola, essa proximidade termina, o professor é preso e Moncho é obrigado, pela sua mãe, a ofendê-lo.

O filme, embora não fique muito claro, se passa meses antes do início do conflito espanhol. Mas as diferenças políticas entre os personagens do filme mostra com clareza a situação que a Espanha se encontra. Há muita simbologia entre o ancião, o garoto e os adultos da vila. Don Gregório é como se fosse o conhecimento necessário para essa Espanha nova, que está representada em Moncho, saia de um pensamento antiquado que está colocado em algumas mulheres, principalmente em Rosa, mãe de Moncho- sem qualquer motivo aparente- tem um papel de mostrar uma Espanha mais presa aos costumes medievais[2], com medo da república e com falta de conhecimento científico. A busca por uma Espanha ateia e livre é clarividente nas falas de Don Gregório. Essa representação da Espanha também ocorre em outros personagens, como por exemplo: O Palhaço, esse se espelha a alegria, o Músico do Acordeom vem de uma banda Galega, o que pode simbolizar a diversidade cultural espanhola, Roque Pai é dono de um bar onde todos se reúnem, isso pode ser o fim das amizades- assim como ocorre com o fim da amizade de Moncho e Don Gregório- e por fim o professor que representa a ciência.

A cena final faz clara referência ao que a Espanha viria a se tornar, afinal com o resgate das tradições costumeiro entre os regimes fascistas, retornará ao fim da Guerra Civil. E assim é, os presos políticos dos fascistas são apedrejados como pecadores, aos gritos de “ateu” e “comunistas”. Apesar de tudo o filme acaba com um ar esperançoso, Moncho grita ao final duas palavras: tilonorrinco e tromba-espiral, essas palavras revelam que a semente de liberdade está em Moncho, é uma das possibilidades, infelizmente não foi a que venceu a Guerra. Talvez justamente pela imaturidade dos comunistas e libertários, mas, também, por outros motivos de apoio político[3].

Talvez para uma análise mais justa do filme seja melhor ler os contos de Manuel Rivas que inspiraram o diretor. Mas que o filme é dotado de uma simbologia magnífica ele é. E isso faz com que o filme se torne mais gostoso e mais interessante. Logicamente o filme contém mais cenas simbólicas. Temos Carmiña a mulher que faz sexo, às escondidas, com Boal e sente tesão por um cão. Essa história é parte de outro conto de Manuel Rivas. Também existe uma relação forte entre Andrés e seu saxofone. Esses dois últimos personagens citados fazem parte de uma segunda história que acontece paralela à relação de Moncho com Don Gregório. Em fim é um filme bom, que trata do conflito espanhol e da Espanha de uma forma pouco direta, e que nos faz refletir sobre as relações políticas e sociais de um país em constante construção.

1-É válido dizer que esse filme veio para o Brasil com sua tradução incorreta. A palavra mariposa, em espanhol, significa borboleta em português.


2-BUÑUEL, Luis. Meu Último Suspiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. Na obra o cineasta surrealista espanhol fala sobre o vilarejo de Calanda, onde viveu sua infância e adolescência. Buñuel faz diversas afirmações sobre os costumes medievais que o vilarejo possuía e ainda possui. As mesmas descrições aparecem no filme de José Luis Cuerda.

3-PRESTON, Paul. La Guerra Civil Española. Barcelona: Debate, 2008. p.127-129.

Há também um artigo sobre o livro de Manuel Rivas no site http://www.cervantesvirtual.com/ .

Claudio Eduardo da Silva


1.4.11

Zé Ateu

Fiquei muito tempo com essa ideia na cabeça. Fazer uma crônica só que em vídeo. Então uma história surgiu na cabeça e eu acabei colocando-a em prática. Saiu a primeira Crônica Filmada, Zé ateu. Pode ser que muitas pessoas não gostem. Mas continuando a falar sobre o vídeo ele foi filmado e editado em menos de seis horas, a preguiça atrapalhou muito mais do que qualquer outra coisa, mas em fim agora temos o vídeo concluído. Aproveitem!

Claudio Eduardo da Silva.

7.3.11


O averso ou a manipulação da História?

Esta imagem encontra-se no livro de Dee Brown - Enterrem meu coração na curva do rio. São Paulo - Círculo do Livro, 1974, p.144. Considero um clássico sobre a conquista do Oeste dos EUA, sobretudo as incursões militares feitas a partir da segunda metade do século XIX. Não obstante, quero expressar a inquietação que me ocorreu após a leitura do livro, que conta a história de luta e resistência dos Navajos, Sioux, Dakota, Apaches, Cheyennes e outros grupos indígenas da antiga América do Norte contra aquilo que convencionou-se chamar de "Marcha para o Oeste". O que mais me incomodou não foi o conteúdo da obra, que por sua vez aborda com excelência um tema pouco discutido nos livros didáticos. O que eu não consigo conceber é como, de um modo geral, a maioria dos brasileiros apreende os EUA e suas intituições como um modelo de sociedade e de justiça social. É como se lá as coisas funcionassem quase que perfeitamente, enquanto aqui reina o descaso, a injustiça e a corrupção, aliados à ignorância do povo. Eu não tenho dúvidas em afirmar que essa é uma VISÃO SIMPLIFICADA do processo de formação dos EUA, e creio que também da realidade social do país. Com efeito, o citado país se ergueu tendo como pano de fundo a ideologia protestante, no entanto, apenas isso não é o suficiente para explicar todo o processo, que foi marcado pelo extermínio desleal das populações indígenas e em contrapartida criou-se grandes museus e instituições de pesquisa, que invadiu e se apropriou de vastas áreas do território mexicano e em 1994 convidou o México para integrar o bloco de países aliados (NAFTA), que contou com investimentos em industrias oriundos da acumulação de capital realizada pela burguesia escravista, que tanto lucrou com o tráfico quanto com a exploração da mão-de-obra africana, e até pouco tempo mantinha em seu código civil leis segregacionistas para os afrodescendentes. Pois é "senhores brasileiros", o que os livros didáticos insistem em destacar é que os EUA foi o primeiro país do Novo Mundo a alcançar a emancipação política, que a Declaração de Independência, A Constituição e a Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão inspiraram os movimentos de libertação na América Latina, servindo como exemplo. Vale salientar que esse discurso não é so reproduzido pelas camadas menos favorecidas da sociedade, é comum encontrarmos juristas, advogados, policiais, professores, dentre outros, se reportando aos EUA de forma eloquente e pretigiosa, do tipo "... lá a justiça é levada a sério, tem pena de morte, prisão perpétua, de menor vai em cano, etc..." Considero essas falas vazias, destituídas de fundamentação e carregadas de influências ideológicas, principalmente as transmitidas pelos grandes aparelhos de comunicação vigentes no Brasil. Embora os meus conhecimentos a respeito deste país sejam prematuros, não consigo aceitar que o mesmo seja tido como modelo de democracia, e que tal deva ser exportado para o mundo, não consigo admitir que lá não exista problemas com políticas públicas, exclusão social e injustiças. Não é difícil encontrarmos notícias de reus condenados à morte inocentemente no dito país. Acho que precisamos sim, olhar para o nosso país com mais dignidade, desconstruir os mitos e valorizar a nossa produção cultural, bem como limitar, de alguma forma, a avalanche Hollyoodiana que muito contribui com a formação do imaginário social dos brasileiros.

Coleção fotográfica de Louis Agassis, Série Raças Puras, Álbum África. Triptico somatológico, identificado como Congo. in:MACHADO, Maria Helena P.T. e HUBER, Sacha (Orgs.) Rastros e Raças de Louis Agassis: fotografia, corpo e ciência, ontem e hoje. Expressão e Arte Editora - São Paulo, 2010.

Essas são algumas das imagens que compõe o acervo fotográfico desse naturalista norte-americano, que esteve no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro e Manaus na segunda metade do século XIX, fotografando diferentes tipos humanos. O objetivo precípuo de Agassis era compor uma documentação visual de todos os tipos raciais existentes no mundo, com especial atenção aos negros e seus descendentes mestiços. Tal objetivo enraizava-se no profundo compromisso que Louis Agassis havia assumido em defesa do criacionismo e do poligenismo e na condenação do hibridismo no contexto norte-americano antes e durante a Guerra Civil (1861-1865). Tendo se tornado um dos principais ideólogos da segregação que se articulou nos EUA do pós-Guerra Civil, Agassis demonstrou que seus compromissos com as teorias raciais que propugnavam a separação entre as raças e a tutela ou deportação das populações afrodescendentes norte-americanas não eram apenas opiniões de última hora. Pelo contrário, haviam se desenvolvido lentamente ao longo de toda a sua carreira científica.
Um bom livro para quem se interessa pela temática, com textos de autores consagrados no estudo do assunto, como a historiadora e uma das organizadoras do livro, John Monteiro e Flávio dos Santos Gomes. Fica valendo, então, como uma indicação de leitura.... valeu..

27.2.11

Ateu I

È difícil. Me lembro sempre do semblante de um colega evangélico quando este descobriu a notícia. E as suas palavras: “Tudo bem, você é uma cara legal, e Deus vai te mostrar que ele existe.” Acho que ele, assim como muitos, nunca entenderia afinal eu não sou ateu por conveniência, mas, simplesmente, sempre fui, desde criança pelo o que me lembro. O pior é que, quando as pessoas me falam isso, que esse colega me falou, elas não tem ideia de que a cada dia me afasto mais da crença, eu li Nietzsche, me afastei, li a bíblia, me afastei mais ainda. Mas isso não é nada, minha própria cabeça, não sei por que, me condicionou a isso, e, como eu já havia dito, desde a minha infância.
Quando eu ia para a casa da minha avó no interior de Minas Gerais, ela morava na zona rural, em uma casa grande que ficava na beira de uma estrada, a casa também se localizava na parte baixa de um morro, na frente da casa havia um pasto esse ficava mais alto do que a casa. Como era de costume todas as casas tinham uma cruz para proteger-las, a cruz da casa da minha avó, ficava no pasto, portanto ficava em um nível mais alto que o da casa. Eu ainda tinha uns oito anos, pouca fé, mas muito medo, porém além de medo eu também tinha um estilingue. Como a cruz ficava em um ponto estratégico ela servia muito como alvo, e não dava outra era o alvo das minhas pedradas, como criança eu temia que a noite fosse castigado por deus, alguns sustos e barulhos a noite, acordava com medo, e dormia. Ao acordar, ainda estava vivo, bem o que era brincadeira virou prática, depois, fugi da crisma, neguei tudo, discuti e discuto com religiosos, e como sempre quase nunca fui respeitado.
A maior raiva de todo o ateu é essa, não poder ser ateu, isso só faz com que ele lute mais por isso, o direito de não acreditar e ser minoria. Passei pelo menos dez anos da minha vida ouvindo que a crença é algo quase obrigatório, parece que até deveria constar no currículo, já ouvi até certas acusações meio loucas de que, ateus não acreditam em deus, por isso não tem medo, por isso são assassinos. Eu já penso exatamente o contrário e ainda fico feliz de participar da mesma minoria que, José Saramago, Luis Buñuel e Caetano Veloso.

Claudio Eduardo da Silva

20.2.11

Fazendo Cinema.




A inigualável experiência de contar uma história através de imagens em movimento. Esculpindo o tempo, com uma câmera que mostra um conjunto de imagens de um quebra cabeça que nunca talvez nunca se monte por completo. Como mágica a ilusão se cria, e todos acreditam, que, aquele ato está, e sempre esteve, diretamente relacionado com o ato anterior e com o próximo. Não é à toa, Méliès era mágico e sacou isso, a magia. Nem sempre só contar uma história, mas montar a história, reviver Spartacus ou fazer nascer Alphaville, planeta esse, que sabemos, não é tão distante da terra. Filmar Marx, Nietzsche. A magia, aqui, alcança proporções enormes!

Claudio Eduardo da Silva

Foto: Samira Nagib

11.2.11

Insights x Imagens (1)

 - Por que resistência sempre tem cara de anarquia?




Imagens: Centro de resistência contra o nazismo e atual centro cultural e cinema. Berlin, Alemanha, 2010. Fotos de Gisele Manoel.

Música: Inferno - Banda: Nação Zumbi - Álbum: Fome de Tudo

Interessante notar nesta música o que parece óbvio, porém para muitos passa despercebido, ou seja, o inferno chega rápido e o paraíso demora a chegar. Acredito que seja uma mensagem de alerta para os guerreiros da vida, pois o desafio, a luta, o combate e os conflitos são mais comuns em nossa realidade e o paraíso ( a felicidade) quando chega nem demora tanto. Eu experimentei o néctar da felicidade e continuo de pé, a desafiar o inferno em nome da minha felicidade.

2.2.11

Música de um assassinato na estação de metrô

Em uma estação de metrô de São Paulo, está um jovem portando um aparelho de mp4, o visor desse aparelho mostra as seguintes informações:

Música- 4’ 33” artista- John Cage.

Depois de olhar o visor de seu aparelho o jovem olha para o relógio da estação,´como é domingo sabe que o trem irá demorar. Olha para os dois lados e segue para o fundo da estação, nota que do outro lado na plataforma há um casal de namorados brigando, mas não se importa. Vai andando e senta-se em um banco, continua a observar o casal brigando e nota que a briga começa ficar cada vez mais tensa, os gritos da mulher e do homem tomam conta do cenário. O trem então se aproxima, mas a briga não para, o trem para na estação e cobre a visão do rapaz. Um grito é ouvido, o trem parte, ele vê o corpo da menina caída no chão, pessoas correm para socorrê-la, o trem do rapaz chega e ele vai embora olhando para a moça caída, então outra música começa a tocar em seu aparelho.

Claudio Eduardo da Silva

20.1.11

Suícidio

José da Silva está triste, cabisbaixo. Chuta a parede, quebra uns copos e xinga. Como podem acabar com a vida dele? Desde criança sempre um jovem tão recatado. Fez sua vida em torno daquele lugar; seus amigos Jean, Luis, Sergei (os melhores) e tantos outros - construiu o seu mundo. Conheceu o mundo: França, Espanha, Mexico, Rússia... Os lugares mais variados, as coisas mais estranhas, as situações mais inusitadas. Cafés da manhã deliciosos aos domingos, madrugadas de sábado em claro na companhia de amigos ainda mais ilustres. E as mulheres que conheceu, Catharine, Nicole, Ingrid, entre outras, habitavam seus sonhos. As situações que viveu jamais saíram de sua mente. Aprendeu muito sobre arte, política, música e até sobre bruxas, faunos e reinos encantados. Enquanto sobe as escadas de um prédio alto na consolação, pensa em tudo isso. Senta no beiral, olha para baixo e pensa: "se sua vida acabou, a minha não tem mais sentido". E, com as lágrimas de Monsieur LaPadite nos olhos, salta.


Claudio Eduardo da Silva