28.11.11

O Desprezo (Le Mépris)- Jean-Luc Godard- 1963.





Falar de Godard por muitas vezes é complicado, seus filmes não são de fácil entendimento e contém um número muito grande de observações acerca de variados assuntos. Em “O Desprezo”, pude identificar uma crítica muito forte ao cinema Hollywoodiano, mas Godard aborda também questões literárias, questões políticas e questões religiosas. Quanto à composição estética temos uma enorme diferença com os filmes convencionais, vemos na tela marcas impressas de Godard, o que faz com que o espectador reconheça o diretor principalmente através dos planos que utiliza para contar a história. Finalizando, a cena em que Fritz Lang – o diretor alemão que fez Metropolis – mostra, para o empresário Hollywoodiano, a diferença entre o roteiro e o filme em si, ou seja, a diferença entre o que está escrito e o que está em imagens, essa parte remonta uma crítica que o diretor (Godard) sempre fez ao cinema como indústria igual se faz em Hollywood, onde temos uma verdadeira linha de produção e o diretor não passa de um organizador de equipe, além do mais há uma crítica muito grande ao moralismo dos filmes da grade companhia estadunidense. O filme “O Desprezo” se encontra na íntegra no youtube, porém com legendas em Inglês, mas, para quem não entende o idioma, vale a pena dar uma olhada nas posições de câmera que são um tanto inovadoras, até para os mais novos.

20.11.11

Joe Sacco- Palestina Uma Nação Ocupada.


A questão Palestina é um assunto que não passa em branco, é muito difícil que se passe um mês inteiro sem que não aconteça algo de importante, politicamente falando, naquela região, seja um atentado, um massacre ou até mesmo uma tentativa de acordo de paz. A Questão Palestina parece ser algo que nunca cessará. Por isso, e por interesses próprios, o jornalista e quadrinista Joe Sacco teve a ideia de relatar a situação do povo palestino em forma de HQ em uma coleção com nove volumes que tentam explicar de forma clara e realista as condições que o Estado de Israel impõe aos árabes daquela região. Infelizmente, no Brasil, só foram lançados dois desses quadrinhos, mas são o suficiente para termos noção do quão bom é este material e, devido a isso, falaremos nessa resenha sobre um dos volumes: “Palestina: uma nação ocupada”.  
O HQ começa com um texto que aponta as relações de Joe com a Questão Palestina, posteriormente segue um texto de autoria do próprio Joe que nos mostra todo panorama histórico do conflito, que vai desde a diáspora judaica durante o Império Romano até as tentativas de negociação de paz entre árabes e judeus nas últimas décadas do século XX. Após toda a explicação os quadrinhos começam, aqui encontraremos histórias que o autor presenciou em sua viagem à região da Cisjordânia e em alguns territórios palestinos onde existem colonos israelenses como, por exemplo, Nablus. Além disso, há diversos relatos de homens, mulheres e crianças que, de alguma forma, foram alvejados por soldados israelenses.
Algumas partes da obra merecem destaque, como o capítulo que fala sobre a prisão Ansar III, onde palestinos acusados de algum crime- muitos deles não sabem nem qual o crime que cometeram- ficam. O entrevistado, um homem que ficou preso em Ansar III, afirma que, para ter melhores condições dentro da prisão, os palestinos acabaram se organizando e transformaram o lugar em uma espécie de universidade, onde havia palestras com professores que ta, bem haviam sido presos, junto também com médicos, comerciantes, operários, etc. Outro capítulo que merece destaque é o que diz respeito às mulheres, Joe Sacco mostra, através de entrevistas, os problemas que elas enfrentam devido o machismo decorrente na sociedade árabe e como que a causa nacional interfere negativamente no processo de igualdade entre homens e mulheres.
Por último aparece a mais importante e, talvez, crucial questão mostrada no HQ, fora os assuntos de desigualdade de tratamento por parte das forças armadas de Israel, Joe Sacco toca em todos os capítulos na questão econômica. Os palestinos não só são privados de se locomover pelo estado de Israel como também não podem entrar em concorrência com os produtos israelenses, garantindo assim a Hegemonia Judaica. Joe nos mostra as atitudes do exército israelense que, por muitas vezes, alegam falsos atos de violência por parte dos palestinos e se utilizam disso para retalhar os árabes, fechando suas lojas, cortando oliveiras e impedindo qualquer tentativa autônoma de ganhar dinheiro, com isso o estado israelense garante mão-de-obra fácil e barata.
Joe Sacco faz uma obra interessante e envolvente de fácil entendimento, que mostra em sua totalidade a situação de um povo que por motivos econômicos alheios- os Estados Unidos é o principal aliado israelense no conflito- sofre todos os tipos de privação sejam econômicas, sociais ou até mesmo culturais, e nos mostra que há uma necessidade iminente de um acordo de paz entre as duas nações.




10.11.11

Aluno Zé (Baseado em fatos reais)

Em uma aula de geografia sobre transportes e em uma questão do questionário:


Quais são as vantagens do transporte ferroviário?

O aluno responde:

As vantagens do trem, não tem trânsito, demora um pouco, mas chega, passa por lugares 


bonitos, tem lanche, café e almoço de graça. (claro tudo iss escrito sem uma vírgula).