18.11.10

Zé Filósofo

Em algum bar da cidade, próximo a uma universidade, estava uma turma de estudantes e, entre eles, estava Zé. Um homem maduro, que de certa forma era até encantador, de fala bonita e certeira, era um típico universitário. Se aproveitava da sua condição de estudante de filosofia para fazer sua pessoa, sempre com frases clichês de filósofos clichês, quando na verdade pouco sabia a não ser coisas que qualquer que se interessasse um pouco saberia. Além de todo esse conhecimento sua aparência fazia jus ao seu intelecto, barba por fazer, óculos e cabelos meio compridos e desleixados, um típico estudante de humanas, daqueles que, ao revelar o que estuda, ouve: “Nossa! Você tem cara mesmo de filósofo”. Apesar disso tudo Zé possuía um dom, o de falar frases célebres em momentos de descontração ou de discussões à mesa de bar. E foi nesse contexto todo, que ele soltou uma dessas, em meio a uma acalorada e clássica conversa e exposições de opinião sobre as próximas eleições, Zé pediu a palavra e disse:


- Só vou falar uma coisa: Não vou falar nada!

Claudio Eduardo da Silva

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